domingo, 19 de outubro de 2008

Papa pede generosidade e justiça para combater a fome


Cidade do Vaticano - O papa enviou hoje sua mensagem ao diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Jacques Diouf, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que nesta edição tem como tema “A segurança mundial: os desafios das mudanças climáticas e das bio-energias”.


O Dia Mundial da Alimentação se celebra este ano em um momento particularmente difícil para a situação nutricional mundial. A disponibilidade de alimentos é insuficiente em relação ao consumo e as condições climáticas contribuem para colocar em perigo a sobrevivência de milhões de homens, mulheres e crianças, obrigados a abandonar suas terras para procurar nutrição. “Este é o momento – diz Bento XVI – de todos, ao lado da FAO, responderem em termos de solidariedade.


O papa indica uma medida, que ele define ‘corajosa’, para combater a fome e a desnutrição: eliminar as razões que impedem o respeito autêntico da dignidade das pessoas. Os meios e os recursos disponíveis hoje no mundo podem satisfazer as necessidades, sempre crescentes, de todos. Assim sendo, por que não podemos evitar que tantas pessoas sofram a fome até as conseqüências mais extremas?


São muitos os motivos da coexistência de abundância e penúria de alimentos. “Podemos citar – explicou o papa – a corrida ao consumo; a falta de vontade de Estados e grupos de países em concluir negociações ou frear o egoísmo dos que atuam na especulação desenfreada, que influi no mecanismo de preços e consumos.


Governos que não administram bem seus recursos; que têm a coisa pública corrompida; que investem progressivamente em armas e tecnologias militares em detrimento das necessidades primárias das pessoas, desempenham um papel relevante.


Uma campanha eficaz contra a fome requer bem mais do que o simples estudo científico sobre o combate às mudanças climáticas ou o destino da produção agrícola. "Antes de tudo – ressalta o pontífice – é necessário redescobrir o significado da pessoa humana em sua dimensão individual e comunitária; o fundamento da vida familiar; fonte de amor e afeto, e o sentido da solidariedade e da partilha".


É urgente o compromisso na promoção de uma justiça social efetiva na relação entre os povos, que nos conscientize que os bens da criação se destinam a todos, e que na comunidade mundial, a economia deve ser orientada para a divisão dos bens, para a sua durabilidade e a repartição dos benefícios decorrentes.


Uma condição essencial para incrementar os níveis de produção, garantir a identidade das comunidades indígenas e simultaneamente, a paz e a segurança no mundo, é garantir o acesso à terra, favorecendo os trabalhadores agrícolas e promovendo seus direitos.


Bento XVI garantiu ao diretor-geral da FAO que neste esforço, a Igreja católica está ao lado de sua Organização, assim como, desde 1948, a Santa Sé tem seguido suas atividades, apoiando seus esforços ao perseguir o compromisso com a causa do homem. Isto significa, concretamente, a abertura à vida, o respeito da ordem da Criação e a adesão aos princípios éticos que constituem sempre a base do viver social.


Bento XVI encerra a mensagem invocando a benção do Senhor a todos os representantes das nações para que trabalhem com generosidade e senso de justiça em favor das pessoas desamparadas.


Fonte: Radio Vaticano

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